É um bom presságio para o novo ano do cinema quando uma abordagem renovada do mito do lobisomem chega cercada de expectativas de sucesso. E “Wolf Man”, que já está em cartaz nos cinemas, está ávido por abocanhar uma grande fatia da bilheteria.
Pode até conseguir. Mas gostaria que “Wolf Man” fosse um filme melhor, ou pelo menos razoável, em vez de uma tentativa fraca e preguiçosa de horror reflexivo, incapaz de se comparar ao clássico de 1941 com Lon Chaney Jr. ou mesmo ao remake desastroso de 2010 com Benicio del Toro.
O público tinha motivos para esperar algo mais forte, já que, há apenas cinco anos, o diretor Leigh Whannell alcançou sucesso crítico e de bilheteria com uma emocionante releitura de “O Homem Invisível”, transformando a estrela Elisabeth Moss na vítima de um monstro atual: a masculinidade tóxica.
Com “Wolf Man”, as coisas desandam rapidamente, apesar de um elenco forte liderado por Christopher Abbott, indicado ao Globo de Ouro por “Catch-22”, e Julia Garner, vencedora do Emmy por “Ozark”. Infelizmente, Whannell e sua esposa, a atriz Corbett Tuck, escreveram um roteiro tão raso que chega a ser invisível.
A premissa desta versão contemporânea de “Wolf Man” é básica ao extremo. A história gira em torno de uma família: o marido Blake (Abbott), a esposa Charlotte (Garner) e a filha Ginger (Matilda Firth), que se reúnem em uma cabana isolada no deserto do Oregon para tentar resolver seus problemas. A carreira de Charlotte como jornalista em San Francisco está em ascensão, enquanto a de Blake como escritor está estagnada.
Ah, e claro, um predador animal arranha a pele de Blake enquanto o trio corre para se abrigar na cabana. Sim, o predador é um lobo, que continua rondando a cabana com intenções ameaçadoras, enquanto o pai – já com dificuldades em controlar a raiva – começa a manifestar mudanças físicas e mentais.
E é só isso. Com exceção de um prólogo em que o jovem Blake (Zac Chandler) é mostrado caçando uma fera na mesma fazenda com seu pai rígido, Grady (Sam Jaeger), desaparecido e presumido morto há 30 anos, o filme se concentra em uma única família, em um único local, em um único dia, enfrentando o inimigo externo e interno. Nem sequer há uma lua cheia ou balas de prata. Que pena.
Em vez de usar truques digitais chamativos para mostrar Blake se transformando em uma besta, Whannell opta por efeitos práticos. A ideia tem mérito, mas, na prática, o esforço em manter tudo real acaba por tirar o impacto e parece amador. Assistir ao envelhecimento rápido e à desintegração física de Demi Moore em “The Substance” é muito mais assustador e intenso do que qualquer coisa que Whannell e sua equipe conseguiram criar.
Como resultado, “Wolf Man” depende excessivamente de sustos fáceis e de um design de som ensurdecedor. Há também cenas em que vemos o mundo pela perspectiva de um lobo – tudo embaçado, com flashes de cores e luzes desorientadoras que não significam nada. Você sai dessa longa jornada de uma noite para o dia com a mesma sensação de frustração. E, pior, sem se divertir.
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